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Eu amo apoiar o que você produz, é um trabalho que me movimenta muito, sou uma apoiadora muito feliz e satisfeita. As reflexões que já tirei das suas newsletters mexeram muito comigo. Eu já me inscrevi correndo nos dois encontros. E acho que essa pergunta que você faz vai martelar muito tempo na minha cabeça ainda. Há quase 1 ano decidi que quero sim fazer uma newsletter e escrever sobre as maluquices que penso, mas simplesmente não consigo destravar, ainda tenho muito medo do que vão achar. E essa pergunta me confronta diretamente nisso e eu complemento: se eu não puder viver a utopia nas minhas criações, qual é a saída? Sufocá-la?

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Pois é! E o curioso é que muitas vezes a gente faz isso mesmo: sufoca. E nem se dá conta que é isso que tamos fazendo. A gente compra a ideia de que tem um jeito certo de fazer, que já tem fulano que faz tão bem, que ninguém vai se interessar, tanta coisa passa na cabeça.

Tem um monte de vez que eu faço umas coisas que eu fico assim meio amendrontada e com vontade de desistir. Isso de começar a gravar eu lendo os textos foi um pouco assim. Eu gostava do formato que eu fazia no grupo de telegram. Eu fazia a coisa na cara e na coragem: apertava o rec da mensagem de voz no telegram e gravava, no celular mesmo. Achava interessante e casual, um jeito de diversificar a forma de receber pq são tantas as variáveis do outro lado, e eu tinha pouco trabalho. Além de tudo, eu tava me divertindo aprendendo a interpretar os textos. Depois senti confiança na ideia e passei a incorporar essas gravações aqui na newsletter. E eu sabia que a qualidade era beeeem mais ou menos. Eu não tinha um microfone, depois achei um microfone antigo nas coisas do marido mas que só servia pra gravar em estúdio pq captava os ruídos do entorno todos. No apartamento horrível onde eu tava então nem se fala. Mas eu fazia o que dava. Acordava de madrugada pra ver se ajudava, montava uma cabana improvisada com lençol pra tentar abafar os ecos, fazia uma equalização no final mesmo entendendo quase nada de áudio. E só agora, depois de 1 ano no telegram e uns 4 meses fazendo por isso aqui é que arrumei um microfone mais adequado. Ainda assim, eu continuo não sabendo muito de editar áudio rs.

Eu tento não me paralizar porque não tenho todos os recursos e nem sei bem muita coisa, mas isso não significa que eu não sinta algo sobre isso. Eu fico com vergonha, acho que todo mundo vai desistir de mim, fico melancólica porque gosto da ideia mas o que dá pra fazer é isso. Mas sabe. É isso, e eu faço. E muitas vezes isso é o suficiente.

Vou amar te ver lá nos encontros <3 Tomara que ajude a tirar essas ideias do sufoco.

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Você é uma inspiração, Carla! Quero fazer alguma oficina sua, vamos ver se consigo! <3

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Torcendo pra ter você lá, Flávia <3 Ia me sentir lisonjeada demais <3<3<3

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Estou na fase de des-sufocar e mergulhar no que eu chamo de "realismo utópico".

Texto muito bom este seu. Grata por ele.

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Gostei dessa ideia de realismo utópico rsrs Tô aqui matutando que tudo que é sonho mas que a gente dá materialidade pra ele já ganha um tiquinho de realismo :)

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Né? :-D

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Oba! Amando esses novos desdobramentos por aqui! Yupiiii

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Amei, Carla! Parabéns, ótimas ideias e viva a utopia. Muito bom poder te acompanhar

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Brigada, Lígia 💚

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Adorei a ideia das oficinas! Vou tentar participar! Me identifico muito com essa parte mais idealista que você colocou - tanto a escrita compassiva quanto a da criatividade que respeita nosso tempo. No meu caso específico, tentei escrever sem me comprometer com uma periodicidade, mas fui percebendo que caía na armadilha de começar a pensar que nada estava pronto o suficiente para publicar. Então passei a publicar semanalmente, um compromisso comigo mesma, e também uma admissão que a gente nunca está pronto mesmo. E o processo é tudo.

Sobre apoios, apoio atualmente 4 projetos/pessoas. Um deles é uma revista que publica contos, acho que é um super trabalho (não só de ser bacana, mas de ser trabalhoso mesmo), e precisa ser recompensado. Duas são pessoas cujos textos grátis eu acompanhava e apoio financeiramente para dar incentivo de continuarem (tipo, “tem gente que gosta tanto que até paga uns trocados!”). A “recompensa”, digamos assim, que acho mais legal é fazer parte de um grupinho de gente bacana com interesses em comum. A Aline Valek tem o grupo de WhatsApp dos apoiadores, por exemplo, e recebi muito apoio e incentivo lá (mesmo indiretamente, pq são várias pessoas criativas com seus projetos).

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Eu entendo demais esse adiar indefinido achando que ainda não tá pronto rs. O que eu faço é sempre uma combinação mista: tenho uma ideia de prazo na cabeça (aqui 1x por mês, no blog a cada 15 dias), e tenho os dias que posto, e que então os textos deveriam estar prontos (domingos aqui/ sexta ou sábados no blog). Mas se numa sexta o post ainda precisa de algo, eu me permito deixar para o sábado ou a próxima sexta. Assim eu acho que mantenho o compromisso comigo tanto de seguir fazendo disso uma prioridade quanto de também respeitar que tem coisa que pede um pouco mais de tempo mesmo - senão essas coisas que pedem tempo nunca podem existir. Mas também sei que esse é um jeito que funciona pra mim, e cada um tem o seu.

Dos de grupos com interesses em comum, eu tenho pensado muito sobre camadas. As redes sociais fazem a gente sentir que está entre iguais - a bolha - mas não é curioso que ainda assim a gente muitas vezes sinta falta de pessoas com quem a gente se sinta mais a vontade? Daí como construir esses grupos é uma questão mesmo, acho que não é simples mas é uma boa aposta. É algo que faz falta. Quero ver o que acontece usando um pouco desse espaço aqui.

Tomara que dê pra vc aparecer nas oficinas :)

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